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quinta-feira, 31 de março de 2011











Batismo e Circuncisão


Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto


Um dos argumentos para o batismo infantil ou de famílias é a
correspondência entre circuncisão e batismo. Isso não é fácil de ver, visto que
os sinais externos parecem ser inteiramente diferentes um do outro.
Deve ser apontado, contudo, que o que referimos como circuncisão e
batismo são apenas os sinais; e até onde diz respeito o significado desses sinais,
eles são exatamente o mesmo. A realidade da circuncisão é exatamente a mesma
realidade do batismo.
A circuncisão real e o batismo real são a própria salvação, isto é, a
remoção do pecado pelo sacrifício de Cristo na cruz. No caso da circuncisão,
isso é claro a partir de Deuteronômio 30:62 e Colossenses 2:113, e no caso do
batismo a partir de Romanos 6:1-64 e 1 Pedro 3:215. Os sinais são exatamente
os mesmos até onde diz respeito a realidade espiritual, e embora os sinais em
si possam parecer muito diferentes, eles simbolizam a mesma verdade
espiritual.
Dizer que os dois são completamente diferentes é cair no erro do
dispensacionalismo e dizer que existem dois caminhos diferentes de salvação, um no
Antigo e outro no Novo Testamento. A maioria dos Batistas tentam evitar
isso insistindo, a despeito de Deuteronômio 30:6 e Colossenses 2:11, que a
circuncisão no Antigo Testamento não era um sinal de salvação, mas apenas
certo tipo de marca para identificar os membros da nação de Israel.
Isso Paulo rejeita em Romanos 2:286, onde ele insiste que a circuncisão
exterior não é a coisa real de forma alguma, e que ser um judeu exteriormente
não é nada: a única circuncisão que importa é aquela do coração, e o único
judeu é aquele que é interiormente. Todos aqueles que desejam manter que
existe algo especial sobre ser um descendente natural de Abraão deveriam ler
esse versículo.
Por que, então, existe uma diferença entre os sinais exteriores da
circuncisão e do batismo? Isso pode ser visto à luz da principal diferença entre
o Antigo e Novo Testamento. No Antigo Testamento todas aquelas coisas
que apontavam para Cristo envolviam o derramamento de sangue (Hb. 9:22),
mas uma vez que o sangue de Cristo foi derramado, não poderia mais haver
nenhum derramamento de sangue (Hb. 10:12), nem mesmo na circuncisão.
Essa é a única diferença real entre os sinais da circuncisão e do batismo.
Em significado e realidade eles são exatamente a mesma coisa. A própria
Escritura os identifica em Colossenses 2:11, 12. Talvez porque essa é uma
longa sentença em dois versículos, somos inclinados a perder o ponto que
Paulo está fazendo. Ele diz ali que ser circuncidado é ser batizado. Esse é um
dos pontos principais de Colossenses 2. Falando aos crentes gentios, Paulo
lhes diz que eles têm todas as coisas em Cristo (vv. 10, 11), incluindo a
circuncisão! Eles não têm carência de nada em Cristo, em quem habita a
plenitude da divindade corporalmente (v. 9).
O fato que a circuncisão e o batismo não somente têm o mesmo
significado, mas são também a mesma coisa até onde diz respeito as suas
realidades espirituais, é a razão pela qual os sinais exteriores devem ser
administrados (sob o único e eterno pacto de Deus) ao povo de Deus,
incluindo os infantes, tanto no Antigo como no Novo Testamento.

Fonte: Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko,
Reformed Free Publishing Association, p. 269-70.

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