MAS O QUE É A CONFISSÃO DE FÉ?
A Confissão de Fé nada mais é do que a enunciação daqueles pontos nos quais
(1) apoiamos nossa fé em Deus,
(2) nosso relacionamento com Ele,
(3) nosso relacionamento com os outros seres humanos,
(4) nossa missão como Igreja.
· A Confissão de Fé não é superior a Bíblia Sagrada.
Ela
está baseada na Bíblia Sagrada, mas o texto da Confissão de Fé não é
considerado canônico apesar de ter profunda relevância, estar
fundamentada na Bíblia Sagrada e também ser importante documento
pedagógico para o cristão preocupado em viver de forma a agradar a Deus.
· Por que grande parte do mundo cristão abandonou a Confissão de Fé ou a praticada confessionalidade?
A Igreja Cristã tem cometido, ao longo do tempo de sua existência, alguns erros que são:
1) Esperar que problemas de ordem doutrinária aconteçam para depois corrigi-los. (Colocar a tranca depois que o ladrão entrou pela primeira vez). A Confissão de Fé existe como terapia profilática, preventiva. Daí a relevância e importância do seu estudo.
A Igreja primitiva existia sob a liderança dos apóstolos. Por isso Lucas nos diz no livro de Atos dos Apóstolos que “aqueles cristãos da Igreja de Jerusalém, permaneciam na doutrina dos apóstolos”. (Atos 2.42)
Um
exemplo clássico encontramos quando a Igreja experimentou o problema
com o sustento das viúvas dos helenistas (sejam esses helenistas quem
forem, pois essa questão aqui se torna secundária diante da
discriminação a que seram submetidas a suas viúvas). Os apóstolos foram
consultados e a decisão que eles propuseram foi acatada. Portanto, a
Igreja Primitiva não esteve órfã nessa questão. As palavras e
orientações dos Apóstolos eram consideradas inspiradas e norteadoras
para a vida da Igreja.
A
Confissão de Fé é um texto, baseado nas Escrituras Sagradas, que nos
ajuda a vivenciarmos nossa fé cristã individual e comunitária, (como
Igreja), de forma que evitemos cometer erros que possam comprometer
nossa santificação ou mesmo quebrar a unidade do Corpo de Cristo, a
Igreja.
2) A Igreja Cristã sempre revelou certa tendência a departamentalizar nossa
compreensão sobre Deus e sua ação na história. Por exemplo: Houve
momentos na história do cristianismo em que o enfoque era a pessoa de
Cristo. Assim aprofundou-se em assuntos na Cristologia. Houve momentos
em que o enfoque foi o Espírito Santo e então se pendeu mais para
estudar Pneumatologia. Houve momentos em que havia mais prazer em se
estudar doutrina a respeito da Volta de Jesus e então se dedicou mais em
assuntos Escatológicos. A questão toda não era que enfocavam esses
assuntos, mas a falta de uma visão global a respeito desses departamentos na
teologia. Não é correto estudar Cristologia sem ter uma visão ampla que
considere a Pneumatologia, a Escatologia, a Eclesiologia ou a Doutrina
de Deus, em absoluto.
A
Confissão de Fé é de certa forma, abrangente, porque trata de todos os
assuntos importantes sem priorização deste em detrimento daquele.
3) O maior perigo hoje é a preguiça em se estudar a Bíblia de forma mais sistemática. Essa preguiça está disfarçada no comodismo que declara: “Não quero saber dessas coisas (doutrinas, teologia, confissão de fé). Meu negócio é pregar Jesus Cristo”.Ao
se pensar assim jogamos fora todo o trabalho de homens ilustres que,
com profundidade trataram dessa questão da confessionalidade. Cito aqui
Agostinho, Calvino, Tomás de Aquino, etc...
Quando
eu olho para o tipo de cristianismo esboçado hoje, no Brasil (já que
posso falar só daqui), fico preocupado em ver o quanto se tem desprezado
o estudo sistemático das Escrituras. Muitos que se dizem cristãos hoje,
no Brasil, não passam de arremedos, de sombras. Eles não são cristãos
de verdade porque desprezaram a Escritura Sagrada e nem estão
apercebidos de que caminham a passos largos para uma eternidade sem
Deus, com a Bíblia em suas mãos, orando e cantando sem consistência
teológica.
Jesus viu isso em seus dias e disse aos saduceus dos seus dias: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. (Mateus 22.29).
Há
no Brasil um número incontável de líderes que leem a Bíblia para seus
propósitos e objetivos, e fazendo assim desviam deixam de apontar o
caminho para um relacionamento correto com Deus. São cegos guiando
cegos.
Por
isso precisamos, urgentemente, resgatar não apenas o gosto, mas
principalmente, o zelo pelo estudo sistemático das Escrituras Sagradas e
o texto da Confissão de Fé de Westminster é, sem sombra de dúvidas o
melhor de todos. Muitos professores de Teologia Sistemática se baseiam
na Confissão de Fé de Westminster.
Mas
antes de entrarmos propriamente no estudo dos 33 pontos de nossa
Confissão de Fé, é preciso que entendamos quais os fatores e
circunstâncias históricas que fizeram com que essa Confissão de Fé fosse
elaborada e escrita.
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