RADIO IPB DE LIMOEIRO DO NORTE/CE

sexta-feira, 29 de junho de 2012

"A igreja tem se desviado da sã doutrina"







Ainda vivendo resquícios da Idade Média (séc XVI), o cristianismo passou por uma fase de caráter definitivo: a Reforma Protestante. Oficialmente iniciada na Alemanha por Martinho Lutero, o movimento se caracterizava pelo desejo de que falhas existentes na Igreja pudessem ser corrigidas e foi ganhando adeptos inicialmente pela Europa e posteriormente alcançou outros continentes.


A igreja evangélica desfruta nos dias atuais, muitos dos efeitos desse movimento, porém em diversas denominações, a Reforma Protestante e seus protagonistas já não mais lembrados com tanta frequência. Em entrevista exlcusiva ao Portal Guiame, o teólogo, escritor e atualmente diretor da Editora Luz para o Caminho, Pr. Hernandes Dias Lopes falou sobre a atual situação das Igreja em relação à sua história, o resgate de valores hoje perdidos e até mesmo a necessidade de uma “Nova Reforma Protestante”. 


Confira a entrevista na íntegra:


Portal Guiame: A reforma protestante aconteceu motivada pela necessidade de mudança visível para o cristianismo no final da Idade Média. Em um artigo seu, você fala sobre a necessidade de uma nova reforma na Igreja Protestante. Quais pontos especificamente precisariam mais dessa reforma?
Hernandes Dias Lopes: Quando afirmamos que a Igreja Evangélica Brasileira está precisando de uma nova reforma, não estamos dizendo que precisamos de novos modelos de ação, como igreja celular. O que afirmamos com toda veemência é que a igreja tem se desviado da sã doutrina, ou seja, da doutrina apostólica e precisa retornar às suas origens. Uma nova reforma não é busca de novidades estranhas e forâneas às Escrituras, mas uma volta às Escrituras. Nossos púlpitos têm pregado prosperidade no lugar de arrependimento; têm pregado curas e milagres em lugar de novo nascimento; têm pregado psicologia de auto-ajuda, em lugar de ajuda do alto; têm pregado um antropocentrismo idolátrico, em vez de pregar a soberania de Deus, a centralidade de Cristo e o poder do Espírito Santo. A igreja evangélica brasileira precisa de um retorno aos solas da Reforma: Sola Scriptura, Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christus e Soli Deo Gloria.

Guiame: O sincretismo religioso tem se feito cada vez mais presente nas igrejas – até mesmo nas evangélicas – atraindo cada vez mais pessoas e confundindo-as quanto ao verdadeiro evangelho. Como é possível, hoje, combater esta prática?
Hernandes Dias Lopes: Segmentos da igreja evangélica brasileira têm aderido a práticas estranhas às Escrituras, caindo num verdadeiro sincretismo religioso. Muitos pregadores inescrupulosos, em busca de resultados imediatos ou até mesmo de lucro, mudam a mensagem, e acrescentam práticas místicas como água ungida sobre o rádio, rosa ungida, cair no espírito, e coisas semelhantes, levando o povo a colocar sua confiança em amuletos e coisas de nenhum valor aos olhos de Deus, aliás coisas contrárias às Sagradas Escrituras. Não temos o direito de mudar a mensagem para agradar o povo. O papel da igreja é ser fiel a Deus, ser íntegra na pregação da Palavra e viver em santidade de vida. O misticismo atrai multidões, mas mantém essas multidões prisioneiras do engano. Precisamos pregar Cristo e este crucificado. Precisamos pregar sobre a centralidade da cruz. Precisamos anunciar a salvação pela graça, mediante a fé.

Guiame: Grandes nomes que participaram da reforma protestante, como Martinho Lutero, João Calvino e outros têm sido, muitas vezes, esquecidos pelas igrejas evangélicas da atualidade. É possível fazer a menção a esses nomes sem que isso possa parecer idolatria ou simplesmente algum tipo de nostalgia?
Hernandes Dias Lopes: A nossa falta de memória nos leva a um presente confuso e a um futuro nebuloso. Quando voltamos a esses instrumentos levantados por Deus no tempo da Reforma não é para enaltecê-los, mas para relembrar as verdades benditas do evangelho que eles resgataram. Qualquer forma de idolatria é pecado. Qualquer exaltação humana na igreja está fora de propósito. Deus não divide sua glória com ninguém. Os reformadores jamais chamaram a atenção para si mesmos. Jamais buscaram o pedestal. Eles anunciavam Cristo. Eles proclamavam o evangelho. Deus abomina o culto à personalidade. Precisamos imitar os reformadores e voltar ao antigo evangelho, o evangelho da graça!

Guiame: Em seu artigo sobre o assunto você diz “A Reforma não foi um desvio do cristianismo primitivo, mas uma volta a ele”. Em que ponto você acha que perdeu-se o foco, desde aquele tempo até os dias atuais?
Hernandes Dias Lopes: Penso que alguns segmentos da igreja contemporânea perdeu o foco quando abraçou o liberalismo teológico de um lado e o misticismo por outro. Ambas as vertentes relativizam a Palavra de Deus. Uma retira da Bíblia o que lá está, a outra, acrescenta o que nela não está. O liberalismo nega o sobrenatural. O misticismo acrescenta um falso sobrenatural. O liberalismo tem matado igrejas em todo o mundo. Não temos sequer um exemplo de uma igreja liberal que tenha experimentado um reavivamento. Onde a Palavra de Deus não é considerada como inerrante, infalível e suficiente não há evangelho para ser pregado. Por outro lado, onde o evangelho é substituído por práticas místicas e sincréticas não é o evangelho genuíno que se anuncia. O sincretismo místico atrai multidões, mas sonega-lhes a verdade. Há igrejas cheias de pessoas vazias de Deus. O Senhor Jesus não precisa de admiradores. Ele quer discípulos. Estou certo de que precisamos de uma volta às Escrituras, uma volta à santidade, uma volta ao cristianismo bíblico, apostólico.


Por João Neto
Fonte: www.guiame.com.br

sábado, 9 de junho de 2012

A Santificação (Parte 1)





O que é santificação?

“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3:18)

Podemos dizer que a santificação é o processo pelo qual o cristão torna-se cada vez mais parecido com Cristo. Consiste em, constantemente, abandonar o pecado e procurar viver de acordo com os mandamentos de Deus. Uma das palavras usadas no NT para santificação é hagiadzo (Jo 10:36), que significa separação. Assim, podemos dizer também que santificação é separar-se do pecado, dedicando-se a Deus, mediante a operação do Espírito Santo.

Todos os cristãos passam por esse processo, de modo que, tão logo alguém é justificado, começa também a se santificar. O justificado necessariamente está se santificando.

E também devemos dizer que apenas os cristãos conhecem esse processo. Incrédulos não querem e nem podem se santificar. Não querem, pois tem prazer no pecado e não desejam se separar dele; e não podem porque não contam com o agir poderoso do Espírito dentro de si.

Tendo procurado definir o que é santificação, passemos agora para o que não é santificação. A mente carnal sempre confunde as coisas, distorcendo a verdade de Deus, o que não é diferente com este assunto.

Primeiramente, devemos dizer que a santificação não é apenas uma “moralização”, ou uma apreensão de valores éticos e de bom comportamento. É claro que a moral está inclusa, mas não é apenas isso. E digo mais: qualquer tentativa de santidade que não vise à glória de Deus e não seja motivada por amor a Ele, é maldita, sendo terrivelmente pecaminosa e inaceitável aos olhos do Senhor.

Também não devemos confundir santificação com professar alguma religião. Há muitas religiões no mundo, cada uma delas com seus variados ensinos e doutrinas, e é impossível ao homem que segue uma religião falsa conhecer algo da santificação verdadeira. E mesmo entre os que professam seguir a santa religião, a saber, o Cristianismo, há muitos hipócritas e mentirosos, muitas pessoas que se misturam no meio do povo de Deus, porém não fazem parte desse povo. Estão na igreja apenas porque se sentem bem, ou porque apreenderam apenas mentalmente as verdades cristãs, ou encontram lá um ambiente gostoso que ajuda a esquecer os problemas da vida.

Muito menos devemos achar que santificação é um isolamento do mundo, como fazem aqueles que se enclausuram em um mosteiro, passando a vida em atividades religiosas e com mínimo contato com outras pessoas. O pecado não está “fora”, ele está dentro do ser humano, o próprio coração humano é naturalmente mal. Ainda que alguém se esconda de tudo e de todos, a natureza pecaminosa certamente se manifestará, de um modo ou de outro. A ilusão dos monges é não compreender isso. A verdadeira santificação é aquela em que, mesmo estando no mundo, o cristão não se corrompe com o mundo, mas resplandece como o sol em meio a um sistema tenebroso.

Tornamos a dizer: somente o cristão experimenta a santificação. Entraremos em maiores detalhes sobre isso nos próximos tópicos deste estudo. Não deixe de acompanhar! Que Deus te abençoe!

A Santificação (Parte 2)



O que há de diferente no cristão?

“Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (I Jo 3:9)

Observamos de modo explícito, tanto nas Escrituras como no presente século, o quanto o incrédulo odeia a Deus e ao Evangelho. Ele é indiferente à Palavra de Deus, não se importa com o Seu Criador, e só quer viver para agradar a si mesmo, amando mais as trevas do que a luz (Jo 3:19). O mundo zomba do cristão e o persegue, odeia ao Pai e ao Filho (Jo 15:18-26), e se deleita no pecado (2Ts 2:12). E não somente isso, mas “inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1:22), inventando diversas teorias e filosofias para desonrar o único Deus. De tal modo é corrompido o mundo, que se tornou inimigo do Deus de toda graça.

Porém, enquanto vemos os incrédulos nessa miserável situação, podemos perceber que há pessoas diferentes deles, que amam a Deus e odeiam o pecado, e procuram viver uma vida de santificação. Enquanto muitos têm “coceira nos ouvidos”, não querendo ouvir a voz de Deus, há outros que dizem “fala, Senhor, porque o teu servo ouve” (I Sm 3:10). Há algo diferente nesses corações, que os leva a remar contra a maré. Enquanto o mundo tem prazer no pecado, eles se entristecem profundamente quando pecam. Enquanto o mundo considera Jesus como um bom homem, um simples mestre, ou até mesmo um mentiroso, há aqueles que o amam supremamente e se esforçam para andar segundo os seus mandamentos. Esses são os cristãos.

Diante disso, nos perguntamos: o que há de diferente nessas pessoas? O que ocorreu com o cristão, para que ele de tal modo abandone as suas maldades e busque a santificação? Por que dissemos no primeiro tópico deste estudo que só o cristão busca a santificação?

Em primeiro lugar, devemos entender que não é devido a algum mérito próprio, ou disposição natural do coração, pois as Escrituras declaram que “não há justo, nem um sequer.” (Rm 3:10). A condição original do homem é de pecado, rebeldia e maldade (Sl 51:5), e tão terrível é a sua condição que Jesus declarou que ninguém pode crer Nele, se o Pai não o conceder (Jo 6:44,65). Só o fato de alguém se tornar um cristão é um grande milagre.

A principal resposta que as Escrituras trazem é que o cristão busca a santificação porque uma grande maravilha ocorreu no seu coração. Uma obra que só Deus poderia realizar, e que Ele mesmo descreve pela boca do profeta Ezequiel: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ez 36:26-27). Em outras palavras, o que há de diferente no cristão é que ele nasceu de novo (Jo 3:3-8). Deus, se compadecendo de pobres e miseráveis pecadores, concedeu-lhes um novo coração, implantou neles um princípio de vida, uma disposição gloriosa por conhecer a Deus e guardar os Seus mandamentos. O cristão, como todos os outros homens, esteve morto em delitos e pecados, porém Deus deu vida a este defunto espiritual, o levando a crer no Evangelho e a buscar um estilo de vida separado do pecado.

Assim, o cristão é um pecador convertido. Antes ele amava o pecado e não dava ouvidos à voz de Deus. Estava voltado para o mundo, e dava as costas a Deus. Porém, chegou o dia em que o Espírito Santo operou poderosamente em seu coração e, percebendo a sua terrível culpa e sua grande necessidade, volveu os seus olhos para Cristo, se arrependeu e creu. Agora, ele deu as costas ao mundo e se voltou para Deus, estando decidido em viver uma vida agradável a Deus. Cumpriu-se o que Paulo diz: “se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. (2Co 5:17). O milagre do novo nascimento!

O cristão, por ter nascido de novo, não pode viver na prática do pecado, como vimos no nosso primeiro versículo. Observe que o apóstolo João não diz “não deve”, como se referindo a um dever moral do cristão. É claro que o filho de Deus tem o dever moral de não andar no pecado. Mas João vai mais além: “não pode”! É impossibilidade, incapacidade mesmo. Aquele que nasceu de Deus não consegue viver na prática do pecado, de tal modo foi transformado o seu coração que ele não quer nem saber de viver uma vida de desobediência. Ele pode até cair em graves pecados, e se esfriar terrivelmente por um tempo, mas a “divina semente” está nele, e assim como a árvore boa não produz maus frutos, o cristão não vive em pecado.

Há um outro texto bíblico que também explica o motivo do cristão andar em santificação. Esse motivo é uma conseqüência do novo nascimento, porém é vital que o compreendamos, por causa da sua grande importância. Jesus o ensina em João 14:21,23: “Aquele tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e o que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele. (...) Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”. O cristão guarda os mandamentos de Cristo porque o ama! Jesus foi e é muito bondoso para com o cristão, que o sabe muito bem. Ele é cheio de graça e verdade. O cristão entende um pouco do glorioso amor de Cristo, compreende que Ele deu a Sua vida para purificá-lo de todo pecado, que Ele o amou com amor eterno! Assim, “nós o amamos porque Ele nos amou primeiro” (1Jo 4:19)! O maior temor do cristão é ofender ao Seu Salvador, e não há maior desejo em sua alma do que glorificá-Lo e agradá-Lo. O cristão anela pelo “me manifestarei a ele”, o seu coração bate forte pelo seu Amado, não há nada no mundo que se compare a estar em comunhão com o seu Senhor. Ele se deleita em Deus! O nome de Jesus está escrito no coração de cada cristão!

Por fim, desejo fazer uma advertência a todos os meus leitores. Assim como guardar os mandamentos de Jesus é a grande evidência de que o amamos, viver na prática do pecado é a grande evidência de que não o amamos. Considere o que o apóstolo João diz: “Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.” (1Jo 3:6). Não se engane, amigo! Se alguém vive na prática do pecado, é sinal de que nunca conheceu a Cristo, nunca foi salvo, nunca nasceu de Deus. Se algum de vocês acha que pode servir a Cristo e, ao mesmo tempo, servir aos desejos da carne, saiba que isso é impossível. Ou se está com Cristo, ou se está fora Dele. Você pode professar todas as verdades cristãs, pode estar semanalmente no templo, pode até profetizar e fazer milagres em nome de Jesus, porém se você vive no pecado, é sinal de que você não conhece a Jesus. E se não se arrepender, ouvirá a terrível condenação do Rei: “nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7:23).

Aquele que nasceu de novo, que de fato é um cristão, busca a santificação. Como está a sua vida? “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos.” (2Co 13:5).

A Santificação (Parte 3)




Os perigos do pecado na vida do cristão

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” (Salmo 32:3,4)

Já falei a respeito do que é santificação, bem como expliquei o porquê do cristão remar contra a maré, vivendo de modo santo. Agora, com a graça de Deus abordarei a questão dos perigos do pecado na vida do cristão, daquele que nasceu de novo.

Antes de tudo, relembremos, resumidamente, algumas coisas que a Bíblia diz a respeito do pecado. Primeiramente, “o pecado é a transgressão da lei” (I Jo 3:4). Deus deu ao homem mandamentos justos e bons, os quais, quando obedecidos, redundam em glória a Deus e em felicidade para nós. Porém, quando negligenciamos essas ordens do Soberano, não as cumprindo, estamos cometendo pecado. Assim, percebemos que o pecado é uma grande rebeldia do homem, é um insulto terrível ao Criador de todas as coisas, uma ofensa ao Rei do universo. É como se o pecador estivesse dizendo: “eu não me importo com Deus, o que Ele ordena não significa nada para mim; eu quero viver de acordo com os meus próprios desejos, eu sei mais do que ninguém o que é melhor para mim”. Pereça tal pensamento!

A malignidade do pecado se agrava mais ainda quando pensamos sobre o caráter Daquele que é ofendido. Deus é amor, a Sua bondade dura para sempre, Ele é cheio de misericórdia e ternura. Nele não há nada que seja impuro, Ele é santíssimo e cheio de graça. Veja, amigo, que não é contra alguém mau ou cruel que o homem peca, antes, é contra o mais amável do universo! Consideremos também os benefícios que Deus dá ao homem, como a vida, o alimento, a bebida, as vestes, a alegria do coração, e inumeráveis bênçãos. O homem peca contra Aquele que o abençoa diariamente, que o mantém vivo! Que ingratidão! O pecado é tolice, é odioso, é amargo, procede do diabo e produz a morte!

A grande conseqüência do pecado é a morte (Rm 3:23), se referindo à morte espiritual, à morte física, e também à segunda morte, no lago de fogo e enxofre (Ap 20:14). Porém nós, que cremos no Senhor Jesus Cristo, fomos salvos do pecado e do seu salário. Ele carregou os nossos pecados no calvário, ofereceu o sacrifício perfeito que remove todas as ofensas, tanto as passadas como as futuras, eternamente. Fomos vivificados pelo Espírito, jamais provaremos a segunda morte, absolutamente nunca haverá condenação para nós, porque todo o nosso pecado já foi punido em Cristo, e o “escrito de dívidas que era contra nós” foi cravado na cruz, de uma vez por todas.

Contudo, mesmo nós, que somos salvos, estamos sujeitos a pecar, enquanto estivermos nesse mundo. O apóstolo João é claríssimo quando diz: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados...” (I Jo 1:8-9a). E o pecado gera conseqüências em nossas vidas, mesmo como filhos de Deus.

Antes de falar dos males que o pecado traz para nós, que somos justificados, gostaria de falar daquilo que o pecado não faz a nós. E o principal ponto é: o pecado não faz com que “percamos a nossa salvação”. Algumas pessoas acham que, se o cristão cometer terríveis pecados, pode deixar de ser salvo. Outros pensam que o cristão pode chegar ao ponto de blasfemar contra o Espírito Santo. Outros ainda sustentam que se o cristão pecar, e logo depois morrer, estará eternamente perdido. Porém, tal doutrina é antibíblica. Jamais podemos, irmãos, conceber que uma ovelha de Cristo seja lançada no inferno, pois Ele garantiu que “nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará de minha mão”. É impossível que alguém que tenha sido justificado possa no fim das contas ser condenado, pois senão o Juiz infalível teria errado em seu pronunciamento, teria voltado atrás com relação aos seus dons, que são irrevogáveis, e a gloriosa e triunfante passagem de Romanos 8:30 (“aos que justificou, a estes também glorificou”) seria uma grande mentira. Oh meus irmãos, o Filho de Deus teria falhado em sua missão, pois Ele diz: “a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:39). É inconcebível que Deus não conclua a boa obra que começou em nós, o seu povo (Fl 1:6). Portanto, vocês, que já foram alcançados pela graça de Deus, saibam que não poderão perder a sua salvação.

Algum insensato poderá questionar: “ora, se eu jamais poderei perder a minha salvação, porque me preocupar com a santificação? Vou viver uma vida segundo os prazeres da carne, me deleitando no pecado!”. Esse tipo de frase me assusta. Pode proceder isso dos lábios de um cristão? Essa declaração é um tanto estranha a um filho de Deus. Aqueles que nasceram de Deus odeiam o pecado, e amam ao seu Senhor supremamente. Como poderiam cogitar em viver uma vida assim? Eles foram transformados, suas mentes foram renovadas, receberam um novo coração. Jamais diriam ou fariam uma coisa dessas. Não podem viver na prática do pecado.

O pecado também não faz com que o cristão deixe de ser filho de Deus, ou passe a ser menos amado por Ele. Não é porventura o Seu amor qualificado como eterno? (Jr 31:3). O amor de Deus é incondicional e imutável, Ele nos amou desde antes da fundação do mundo, Ele nos ama assim como ama a Cristo! (Jo 17:23).

Tendo considerado o que o pecado não faz ao cristão, consideremos alguns dos terríveis males que ele causa.

O primeiro deles que quero citar é que o pecado entristece a Deus. É por isso que o apóstolo Paulo disse: “não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef. 4:30). Que pai não fica triste, quando o seu filho, a quem tanto ama e tanto faz bem, o desobedece? O prazer de Deus é ver os seus filhos andando santamente. Cristão, porventura você pode suportar a visão da tristeza do Pai por causa do seu pecado?

Uma segunda conseqüência do pecado é que ele traz a correção de Deus. Ele, como um bom Pai, repreende e castiga os Seus filhos, a quem ama. E o castigo pode ser dolorido, apesar de ser para o nosso supremo bem. Imagine, meu irmão, não só o olhar de tristeza do Pai, porém também o Seu olhar de desaprovação e repreensão, por causa do seu pecado! Se quando o nosso pai terreno fazia isso, o nosso coração já se partia, imagine quando o Pai eterno faz isso! Cuidado, irmão, Deus tem em suas mãos vara para corrigir seus filhos desleixados.

Devemos considerar também que o pecado traz muito pesar ao coração do cristão (Sl 32:3-4). Quando o salvo peca, ele se entristece profundamente, porque entende que ofendeu ao Seu Salvador a quem tanto ama. Ele fica privado da alegria da salvação, chega ao ponto de sentir vergonha de adentrar na presença de Deus, ou de participar das reuniões de culto a Deus, prejudicando assim até mesmo a sua comunhão com o Pai. E mais: o pecado nos impede de desfrutar da plenitude da vida cristã, da “vida abundante”, do “ser tomado pela plenitude de Deus”, etc. Também obscurece a nossa visão das coisas espirituais!

Todas essas terríveis conseqüências já bastariam, porém há mais. O pecado torna o crente desqualificado para o ministério, pode destruir o seu testemunho diante dos homens, dá ocasião a que os homens blasfemem de Cristo! Por causa do pecado, Deus pode até mesmo “encurtar” a vida do cristão, punindo-o com morte, para que o espírito seja salvo no dia de Cristo! (I Co 5:5)

Por fim, meu querido irmão, quero lhe fazer um apelo. Você observou as terríveis conseqüências do pecado? O seu efeito é devastador, mesmo para o coração do servo de Deus. Você continuará a viver uma vida desleixada com relação à santificação, ou a tolerar certos pecados em sua vida? Desperte, cristão! O pecado é perigoso para você, então aprenda a “passar de largo”, a se desviar do mal, a fugir do pecado! Evite as companhias que induzem ao pecado, os programas televisivos, os sites da internet, as músicas, ou qualquer outra coisa que porventura faça você tropeçar. Vigie e ore! Mortifique a sua natureza carnal! Ouça o clamor de Deus, amado irmão, quando Ele diz: “retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei” (II Co 6:17). O Soberano ordena, com todas as letras: “sede santos, porque Eu sou santo” (I Pe 1:16).

A Santificação (Parte 4)




A batalha contra o pecado

“Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” (Gl 5:17)

Chegamos ao último tópico de nossa série sobre a santificação, e terminaremos de modo bem prático, abordando a batalha individual do crente contra o pecado.

Em primeiro lugar, precisamos estabelecer que a batalha contra o pecado só começa na vida de uma pessoa quando esta é salva pela graça de Deus. No seu estado natural, o ser humano é dominado pela sua natureza pecaminosa, tem grande prazer no pecado e não pensa em se afastar dele. Não há fome e sede de justiça, é escravo do pecado e o pratica deliberadamente. (Jo 8:34, Ef 2:3, Rm 3:9-18)

E o cristão, mesmo tendo sido regenerado, ainda possui uma natureza carnal (Gl 5:17; Rm 7:18). A culpa e a penalidade do pecado foi de todo removida, ele está plenamente justificado, porém a semente da corrupção ainda permanece, o pecado original persiste, de modo que o cristão só será plenamente livre da presença do pecado na glorificação final. Assim, observamos de modo claro nas Escrituras que há estes dois princípios operando no crente: a carne, que é a sua natureza pecaminosa, e o Espírito, que operou a regeneração e que habita nele. Podemos dizer que, na conversão de um homem, a carne é gravemente ferida, porém a sua influência continua existindo.

A presença do Espírito na vida do cristão explica o porquê dele viver uma vida de santificação e temor de Deus. Este Espírito opera eficazmente nele, trabalha profundamente em seu coração e o leva a amar e buscar a Deus. E a continuidade da presença da “carne” também nos dá o motivo pelo qual os filhos de Deus ainda enfrentam dificuldades no seu processo de santificação, caem em tentações e ficam aquém do estado em que tanto gostariam de estar.

Talvez você, meu irmão, esteja com problemas na sua batalha pessoal contra o pecado, e com a graça de Deus quero mostrar a você algumas verdades para o consolo e fortalecimento do seu coração. Há um texto clássico sobre o assunto, que é o que está na carta de Paulo aos Filipenses, capítulo 2, versos 12 e 13:

“(...) desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.”

Este texto fala do desenvolvimento da nossa salvação, que é um outro modo de se referir à santificação, e ele nos apresenta duas facetas desse processo: o dever do cristão e o agir de Deus; a parte do homem e a parte de Deus.

O papel do crente na santificação
A santificação é um processo que exige grande esforço do cristão. Enquanto a regeneração é uma ação instantânea e totalmente divina onde o homem é passivo (Ef 2:1), a santificação requer uma participação humana ativa. Dentre muitos textos, seleciono dois que demonstram claramente qual é o papel do filho de Deus: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena” (Cl 3:5) e “Exercita-te, pessoalmente, na piedade” (1 Tm 4:7).

Em outras palavras, devemos mortificar a carne e alimentar o nosso espírito. Se alimentarmos a nossa natureza perversa, ela se tornará cada vez mais forte e freqüentemente cairemos, mas se nutrirmos a nossa natureza espiritual, certamente seremos vitoriosos contra o pecado.

A nossa natureza terrena se fortalece sempre quando damos lugar à carne e relaxamos nos nossos deveres espirituais. Quando deixamos de lado a oração, o estudo e meditação nas Escrituras, a comunhão com os irmãos, enfim, aqueles meios pelos quais Deus nos concede graça, a carne ganha força. Isso também acontece quando passamos a permitir que as coisas do mundo entrem em nosso coração, que a sua filosofia ganhe algum espaço em nossa mente, que os seus caminhos influenciem a nossa vida.

Por isso, meus irmãos, eu os conclamo a se exercitarem na oração e jejum. Orem sem cessar, estejam sempre em espírito de oração. Quanto mais estivermos em comunhão com Deus, mais nos deleitaremos Nele e aborreceremos o pecado. Não desprezem também a leitura da Palavra! É na Bíblia que encontramos consolo e força para caminhar, é ela quem nos mostra a vileza do pecado e a santidade de Deus. Louvem o Seu nome em todo tempo, porque Ele habita em meio aos louvores e inspira a gratidão que nos impede de pecar contra o Senhor. Estejam sempre na comunhão dos irmãos, porque eles são nossos companheiros de corrida, que nos ajudam e precisam da nossa ajuda. Se envolvam com a obra de Deus, pratiquem o bem, ocupem a mente com pensamentos santos, e não terão tempo para as maldades do mundo.

Devemos estar em constante vigilância, irmãos. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”, disse o nosso Senhor. O pecado não dá trégua, o velho homem está sempre à procura de uma oportunidade para vir à tona. O diabo está sempre colocando as suas armadilhas para nos fazer cair, por isso temos sempre que resistir. Não se deixe tomar pelo sono, esteja com os olhos bem abertos, fique atento!

Precisamos continuamente nos encher do Espírito Santo, pois Ele é o nosso Aliado contra o pecado. Se há um texto bíblico que resume tudo isso que temos dito, é este: “andai no Espírito, e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (Gl 5:16).

O papel de Deus na santificação
Falamos do dever do cristão na santificação, mas graças a Deus, meus irmãos, não estamos sozinhos na batalha. O Deus que iniciou a Sua boa obra em nós não nos desampara nunca, e a Sua mão está continuamente operando em nosso favor. Lemos em nosso texto que “Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar”, ou seja, Ele opera em nossos corações e nos torna desejosos a perseverar na santidade. Ainda que haja o nosso esforço, tanto o nosso querer como o nosso realizar provém Dele, é Ele quem está agindo em nós maravilhosamente. É como diz o profeta Ezequiel: “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei com que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez 36:27).

Há outros textos bíblicos que mostram a ação de Deus no processo da santificação, o Seu poder em nossas vidas, e quero citar alguns deles para a sua consolação.

O apóstolo Paulo, na sua grande exposição sobre a segurança eterna dos santos, disse que “o Espírito, semelhantemente, nos ajuda em nossa fraqueza; pois não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8:26). Ah, meus irmãos, o Espírito Santo é o nosso Grande Companheiro na vida cristã, e Ele nos ajuda em todas as nossas fraquezas. É Ele quem nos faz vencer o pecado e nos levanta quando caímos!

Lemos também que o poder de Deus “se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12:9). Cristão, talvez você esteja olhando para você mesmo e contemplando um cristão cheio de fraquezas e falhas, mas eu o desafio a olhar para o poder de Deus que opera em você. Sim, o poder “que Ele exerceu sobre Cristo, ressuscitando-o dos mortos” (Ef 1:20), esta “suprema grandeza do Seu poder” (Ef 1:19) está em atividade em nossas vidas!

E que dizer de Hebreus 4:15-16? “Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. Você percebe que Jesus sabe o que é ser tentado? Ele foi grandemente tentado em todas as áreas, por isso Ele entende o quão difícil é suportar a tentação e pode se compadecer de nós para nos ajudar. Cristão, por acaso as tentações tem sido muito violentas e você tem sucumbido diante delas? O Seu Salvador se compadece de você, então vá com ousadia ao trono da graça e implore a Sua ajuda! Ele socorre você!

Regozijem-se no Senhor, filhos de Deus! “Ora, Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória” (Judas 24). “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” (2 Ts 5:23,24). “Todo aquele que é nascido de Deus vence o mundo” (1 Jo 5:4).

E quando eu cair em pecado, o que farei? “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça” (I Jo 1:9)! Aleluia!

Conclusão
Enfim, meus irmãos, falamos um pouco sobre a nossa batalha diária contra o pecado. Vimos que temos o dever de nos esforçar, e que ao mesmo tempo Deus nos ajuda tremendamente. Qual será a sua reação diante dessas verdades? Você que tem caído em pecado e está em sonolência espiritual, continuará a ser relaxado em sua vida? E você que tem se desesperado porque não tem conseguido vencer certos pecados, vai ignorar o Deus que o ama e ajuda?

Com esse tema terminamos nossa série sobre a santificação, que o Senhor abençoe os leitores tremendamente, e que todos nós carreguemos como bandeira a “santidade ao SENHOR”!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pecado Original


Elementos do Pecado Original
Devemos distinguir dois elementos no pecado original, a saber:


a. A culpa original.
A palavra "culpa" expressa a relação que há entre o pecado e justiça, ou, como o colocam os teólogos mais antigos, e a penalidade da lei. Quem é culpado está numa relação penal com a lei. Podemos falar da culpa em dois sentidos, a saber, como reatus culpae (réu convicto) e como reatus poenae (réu passível de condenação). A primeira, que Turretino chama de "culpa potencial", é o demérito moral de um ato ou estado. Essa culpa é da essência do pecado e é uma parte inseparável da sua pecaminosidade. Prende-se somente aos que praticaram pessoalmente ações pecaminosas, e prende-se a eles permanentemente. Não pode ser removida pelo perdão, não é removida pela justificação baseada nos méritos de Jesus Cristo, e muito menos pelo perdão puro e simples. Os pecados do homem são inerentemente merecedores de males, mesmo depois que ele foi justificado. Nesse sentido, a culpa não pode ser transferida de uma pessoas para outra. O sentido habitual, porém, em que falamos de culpa na teologia, é a de reatus poenae. Com isto se quer dizer merecimento de punição, ou obrigação de prestar satisfação à justiça de Deus pela violação, feita por determinação pessoal. Neste sentido, a culpa não faz parte da essência do pecado, mas é, antes, uma relação com a sanção penal da lei. Se não houvesse nenhuma sanção ligada à inobservância das relações morais, todo abandono da lei seria pecado, mas não envolveria sujeição a castigo. Neste sentido, a culpa pode ser removida pela satisfação da justiça, pessoal ou vicariamente. Pode ser transferida de uma pessoa para outra, ou pode ser assumida por uma pessoa em lugar de outra. É retirada dos crentes pela justificação, de modo que os seus pecados, embora merecedores de condenação, não os tomam sujeitos ao castigo. Os semipelagianos e os mais antigos armonoanos, ou "remonstrantes", negam que o pecado original envolve culpa. A culpa do pecado de Adão, cometido por ele na qualidade de chefe federal da raça humana, é imputada a todos os seus descendentes. Isso é evidenciado pelo fato de que, como a Bíblia ensina, a morte, como castigo do pecado, passou de Adão a todos os seus descendentes: Rm 5.12-19; Ef 2.3; 1 Co 15.22.
b. Corrupção original.
A corrupção original inclui duas coisas, a saber, a ausência da justiça original e a presença do mal positivo. Deve-se notar: (1) Que a corrupção original não é apenas uma moléstia, como a descrevem alguns dos "pais" gregos e os arminianos, mas, sim, pecado, no sentido real da palavra. A culpa está ligada ao pecado; quem nega isto não tem uma concepção bíblica da corrupção original. (2) Que não se deve considerar essa corrupção como uma substância infundida na alma humana, nem como uma mudança da substância no sentido metafísico da palavra. Este foi erro dos maniqueus, e de Flacius Illyricus nos dias da Reforma. Se a substância da alma fosse pecaminosa, seria substituída por uma nova substância na regeneração; mas não é o que acontece. (3) Que não é mera privação. Em sua polêmica com os maniques. Agostinho não somente negava que o pecado era uma substância, mas também afirmava que era apenas uma privação. Chamava-lhe privatio boni (privação do bem). Mas o pecado original não é somente negativo; é também uma disposição positiva para o pecado. A corrupção original pode ser examinada em mais de uma perspectiva, a saber, como depravação total e como incapacidade total.
c. Depravação total.
Em vista do se caráter impregnante, a corrupção herdada toma o nome de depravação total. Muitas vezes esta frase é mal compreendida, e, portanto, requer cuidadosa discriminação. Negativamente, não implica: (1) que todo homem é tão completamente depravado com poderia chegar a ser; (2) que o pecador não tem nenhum conhecimento inato de Deus, nem tampouco tem uma consciência que discerne entre o bem e o mal; (3) que o homem pecador raramente admira o caráter e os atos virtuosos dos outros, ou que é incapaz de afetos e atos desinteressados em suas relações com os seus semelhantes; nem (4) que todos os homens não regenerados, em virtude da sua pecaminosidade inerente, se entregarão a todas as formas de pecado; muitas vezes acontece que uma forma de pecado exclui outra.
Positivamente, a expressão "depravação total" indica: (1) que a corrupção inerente abrange todas as partes da natureza do homem, todas as faculdades e poderes da alma e do corpo; e (2) que absolutamente não há no pecador bem espiritual algum, isto é, bem com relação a Deus, mas somente perversão. Esta depravação total é negada pelos pelagianos, pelos socianos e pelos arminianos do século dezessete, mas é ensinada claramente na Escrituras, Jo 5.42; Rm 7.18,23; 8.7; Ef 4.18; 2 Tm 3.2-4; Tt 1.15; Hb 3.12.
d. Incapacidade total.
Com respeito ao seu efeito sobre os poderes espirituais do homem, a corrupção original herdada toma o nome de incapacidade total. Aqui, de novo, é necessário fazer adequada distinção. Na atribuição de incapacidade total à natureza do homem, não queremos dizer que lhe é impossível fazer o bem em todo e qualquer sentido da palavra. Os teólogos reformados (calvinistas) geralmente dizem que ele ainda é capaz de realizar: (1) o bem natural (2) o bem civil ou justiça civil; e (3) externamente, o bem religioso. Admite-se que mesmo o não regenerado possui alguma virtude, a qual se revela nas relações da vida social, em muitos atos e sentimentos que merecem a sincera aprovação e gratidão dos seus semelhantes, e que até encontram aprovação de Deus, até certo ponto. Ao mesmo tempo, afirma-se que esses mesmos atos e sentimentos, quando considerados em relação a Deus, são radicalmente defeituosos. Seu defeito fatal é que não são motivados pelo amor a Deus, nem pela consideração de que à vontade de Deus os exige. Quando falamos da corrupção do homem em termos de incapacidade total, queremos dizer duas coisas: (1) que o pecador não regenerado não pode praticar nenhum ato, por insignificante que seja, que fundamentalmente obtenha a aprovação de Deus e corresponde às exigências da santa lei de Deus; e (2) que ele não pode mudar a sua preferência fundamental pelo peado e por si mesmo, trocando-a pelo amor a Deus; não pode sequer fazer algo que se aproxime de tal mudança. Numa palavra, ele é incapaz de fazer qualquer bem espiritual. Há abundante suporte bíblico para esta doutrina: Jo 1.13; 3.5; 6.44; 8.34; 15.4; Rm 7.18, 24; 8.7, 8; 1 Co 2.14; 2 Co 3.5; Ef 2.1,8-10; Hb 11.6.
Todavia, os pelagianos acreditam na plena capacidade do homem, negando que as suas faculdades morais foram prejudicadas pelo pecado. Os arminianos falam de uma capacidade advinda da graça, porque acreditam que Deus infunde a Sua graça comum a todos os homens, capacitando-os à conversão a Deus e à fé. Os teólogos da Nova Escola atribuem ao homem uma capacidade natural, distinta de uma capacidade moral, distinção copiada da grande obra de Edward, Sobre a Vontade (On the Will). O sentido do seu ensino é que o homem, em seu estado decaído, continua de posse de todas as faculdades naturais que se requerem para a realização de algum bem espiritual (intelecto, vontade etc), mas lhe falta capacidade moral, isto é, a capacidade de dar apropriada direção àquelas faculdades, direção agradável a Deus. A distinção em foco é apresentada com o fim de salientar o fato de que o homem é voluntariamente pecaminoso, e bem que se pode dar ênfase a isto.
Mas os teólogos da Nova Escola afirmam que o homem seria capaz de praticar o bem espiritual se tão somente quisesse fazê-lo. Significa que a "capacidade natural" da qual eles falam é , afinal de contas, capacidade para praticar verdadeiro bem espiritual.¹
Pode-se dizer em geral que a distinção feita entre a capacidade natural e a capacidade moral não é desejável, pois: (1) não tem base na Escritura, a qual ensina que o homem não é capaz de fazer o que dele se requer; (2) essa distinção é essencialmente ambígua e enganosa: a posse das faculdades requeridas para a realização do bem espiritual não constitui ainda uma capacidade para realizá-lo; (3) "natural" não é uma antítese apropriada de "moral", pois uma coisa pode ser natural e moral ao mesmo tempo; e a incapacidade do homem também é natural num sentido importante, a saber, no sentido de ser própria da sua natureza no presente estado desta como propagada naturalmente; e (4) a linguagem não expressa com precisão a importante distinção pretendida;o que se quer dizer é que é moral, e não física nem constitucional; tem sua base, não na falta de alguma faculdade, mas no estado moral corrupto das faculdades e da disposição do coração.
¹ Cf. Hodge, Syst. Theol. II, p. 266
Autor: Louis Berkhof

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Lutero (1483-1546) e a Justificação pela Fé




"Com toda certeza, gostaria de ter compreendido o que Paulo dizia em sua carta aos Romanos. Contudo, o que me impedia de compreendê-lo não era tanto a falta de coragem, mas aquela frase do primeiro capítulo 'Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus' (Rm.1.17). Pois eu odiava aquela expressão 'a justiça de Deus', que haviam me ensinado a entender como a justiça por meio da qual Deus, que é justo, pune os pecadores injustos. Embora, como monge, vivesse uma vida irrepreensível, sentia-me um pecador com a consciência culpada diante de Deus. E também não podia acreditar que havia agradado a Deus com minhas obras. Longe de amar aquele Deus justo que punia os pecadores, eu, na verdade, o odiava...

Ficava desesperado para saber o que Paulo queria dizer naquela passagem. Por fim, à medida que meditava dia e noite a respeito da relação que havia entre aquelas palavras, 'porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé', como está escrito: 'O justo viverá pela fé', comecei a entender a 'justiça de Deus' como aquela justiça por meio da qual o justo vive pelo dom de Deus (a fé); em que essa frase: 'é revelada a justiça de Deus', faz referência a uma justiça passiva, por meio da qual o Deus misericordioso nos justifica pela fé, conforme está escrito, 'O justo viverá pela fé'. Imediatamente, tive a sensação de haver nascido de novo, como se tivesse entrado pelos portões abertos do paraíso. Desde aquele momento, vi toda a Bíblia sob a perspectiva de uma nova luz... E agora, aquilo que eu havia uma vez odiado na frase 'a justiça de Deus', comecei a amar e a glorificar como a mais doce das frases, pois essa passagem em Paulo tornou-se para mim o verdadeiro portão do paraíso."

Bibliografia: Teologia Sistemática de Franklin Ferreira e Allan Myatt, Editora Vida Nova.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Calvinismo na Bíblia (V): Perseverança dos Santos





A perseverança dos santos é o quinto e último dos Cinco Pontos do Calvinismo. Essa doutrina afirma que aqueles que foram eleitos e chamados por Deus não podem decair do estado de graça e perder a salvação; pelo contrário, eles estão eternamente salvos e perseverarão firmes até o fim. A perseverança deles não depende do seu próprio livre-arbítrio, mas da imutável eleição divina, da expiação realizada por Cristo que pagou todos os seus pecados, da atual intercessão de Cristo ao lado do Pai e da permanência do Espírito Santo neles, que é o selo e penhor da sua herança. Ainda que os eleitos não percam a salvação, eles podem cair em graves pecados, desagradando a Deus, entristecendo o Espírito Santo, escandalizando os outros e atraindo sobre si juízos temporais. Têm sua comunhão com Deus restaurada através do arrependimento e confissão.

A Bíblia é bastante clara ao afirmar a perseverança dos santos:

Salmos 37.28: "Porque o SENHOR ama o juízo e não desampara os seus santos; eles são preservados para sempre; mas a semente dos ímpios será desarraigada."

Jeremias 31.3: "Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí."

Jeremias 32.40: "E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim."

Ezequiel 11.19-20: "E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os cumpram; e eles me serão por povo, e eu lhes serei por Deus."

Mateus 18.12-14: "Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? E, se porventura achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram. Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca."

Lucas 22.32: "Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos."

João 3.36: "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece."

João 5.24: "Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida."

João 6.35-39: "E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. Mas já vos disse que também vós me vistes, e contudo não credes. Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia."

João 10.26-29: "Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai."

João 17.6,11-15: "Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra [...] E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal."

Romanos 5.6-10: "Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida."

Romanos 5.17: "Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo."

Romanos 8.1: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito."

Romanos 8.28-39: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor."

I Coríntios 1.7-9: "De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor."

I Coríntios 11.32: "Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo."

II Coríntios 1.22: "O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações."

Efésios 1.3-5,13-14: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade [...] Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória."

Efésios 4.30: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção."

Filipenses 1.6: "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo."

Filipenses 3.13-16,20-21: "Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará. Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo [...] Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas."

I Tessalonicenses 5.23-24: "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará."

II Tessalonicenses 2.13-14: "Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo."

II Tessalonicenses 3.3: "Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno."

II Timóteo 1.12: "Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia."

II Timóteo 4.18: "E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém."

Hebreus 7.25: "Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles."

Hebreus 9.12: "Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção."

Hebreus 10.14: "Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados."

Hebreus 12.5-13: "E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela. Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado."

I Pedro 1.3-5: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo."

I João 1.8-10: "Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós."

I João 2.19: "Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós."

I João 3.9: "Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus."

I João 5.4,11-13,20: "Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé [...] E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus [...] E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna."

Judas 1.1: "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo."

Judas 1.24-25: "Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém."

Obs: Todas as referências bíblicas são da versão Almeida Corrigida e Fiel.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Graça Irresistível




A graça irresistível é o quarto dos Cinco Pontos do Calvinismo. Segundo essa doutrina, aqueles que Deus escolheu antes da fundação são chamados eficazmente por Sua Palavra e Seu Espírito no tempo determinado por Ele, tendo suas mentes iluminadas para compreenderem o evangelho, nascendo de novo para que possam ver o reino de Deus e tendo suas vontades renovadas para que, livre e voluntariamente, venham a Cristo, através do arrependimento e fé, que são dons de Deus. Essa graça é chamada de irresistível porque é impossível a um eleito resistir ao chamado do Espírito Santo em seu coração, sendo ela o único motivo pelo qual alguns pecadores recebem o evangelho e outros não. Mesmo que apenas os eleitos sejam chamados eficazmente, o evangelho deve ser pregado a todos os homens, para testemunho a todas as nações.

Seguem abaixo algumas das passagens bíblicas que falam desta doutrina:

Gênesis 50.20: "Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida."

Deuteronômio 30.6: "E o SENHOR teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao SENHOR teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas."

Isaías 43.13: "Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?"

Isaías 46.9-10: "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade."

Isaías 55.10-11: "Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei."

Ezequiel 36.26-27: "E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis."

Daniel 4.35: "E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?"

Mateus 11.25-27: "Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar."

Marcos 16.15: "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura."

João 1.12-13: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus."

João 3.3-8: "Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito."

João 5.21,25: "Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer [...] Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão."

João 6.37,44,45: "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora [...] Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim."

Atos 5.31: "Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados."

Atos 11.18: "E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida."

Atos 16.14: "E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia."

Romanos 8.28-32: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?"

Romanos 9.18-24: "Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?1 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?"

I Coríntios 4.7: "Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?"

II Coríntios 3.5-6: "Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica."

II Coríntios 5.17: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."

Gálatas 1.15-16: "Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue."

Efésios 1.11,18,19: "Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade [...] Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; e qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder."

Efésios 2.1-10: "E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas."

Filipenses 1.29: "Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele."
Filipenses 2.13: "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade."

II Timóteo 1.9: "Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos."

II Timóteo 2.25-26: "Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos."

Tito 3.4-5: "Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo."

Hebreus 9.15: "E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna."

Tiago 1.18: "Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas."

I Pedro 1.23: "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre."

II Pedro 1.3: "Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude."

Apocalipse 22.17: "E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida."

Obs: Todas as referências bíblicas são da versão Almeida Corrigida e Fiel.

sábado, 2 de junho de 2012

Calvinismo na Bíblia (III): Expiação Limitada





A expiação limitada é o terceiro dos Cinco Pontos do Calvinismo. Essa doutrina ensina que na cruz Jesus se ofereceu como o único e perfeito sacrifício pelos pecados, para satisfazer a justiça de Deus, sofrendo a ira divina, tornando-se maldição e morrendo no lugar de pecadores. Por ser verdadeiro Deus, tal sacrifício oferecido por Cristo é de valor e dignidade infinitos, plenamente suficiente para expiar os pecados do mundo inteiro. No entanto, esta expiação é limitada no sentido de que o propósito de Deus com o sacrifício de Cristo foi expiar apenas os pecados dos eleitos. Portanto, Jesus não morreu por todos os seres humanos literalmente, mas apenas pelos Seus escolhidos, que pelo Seu sangue são purificados de todos os pecados, tanto do pecado original quanto dos pecados atuais, cometidos antes e depois da conversão.

Seguem diversas passagens bíblicas que afirmam a expiação limitada:

Isaías 53.4-12: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores."

Mateus 1.21: "E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados."

Mateus 26.28: "Porque isto é o meu sangue; o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados."

Marcos 4.11-12: "E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas, para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados."

Marcos 10.45: "Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos."

João 1.29: "No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo."

João 3.16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

João 6.37-40: "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia."

João 10.11,15,26-28: "Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas [...] Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas [...] Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão."

João 17.6-9,19-21: "Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti; porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste. Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus [...] E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste."

Atos 20.28: "Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue."

Romanos 3.21-26: "Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus."

Romanos 5.7-10: "Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida."

Romanos 8.30-34: "E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós."

I Coríntios 15.3: "Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras."

II Coríntios 5.18-21: "E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pós em nós a palavra da reconciliação. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus."

Gálatas 1.3-4: "Graça e paz da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai."

Gálatas 3.13: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro."

Efésios 1.3: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo."

Efésios 5.25: "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela."

Colossenses 1.12-14,20-22: "Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; o qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis."

Tito 2.14: "O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras."

Hebreus 2.9,14: "Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos [...] E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo."

Hebreus 9.15,26: "E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna [...] De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo."

I João 2.1-2: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo."

I João 3.5: "E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado."

I João 4.10: "Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados."

Apocalipse 1.5: "E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Aquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados."

Apocalipse 5.8-9: "E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação."

Obs: Todas as referências bíblicas são da versão Almeida Corrigida e Fiel.