RADIO IPB DE LIMOEIRO DO NORTE/CE

domingo, 31 de janeiro de 2010

Graça e Conhecimento


Graça e Conhecimento
“Crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.”
(II Pedro 3.18)

A bíblia manda que cresçamos em graça e em conhecimento (II Pe 3.18). Isso é mais que óbvio, já que até Jesus crescia nestes dois aspectos da vida cristã (Lc 2.52) e manifestou seu ministério com esses dois atributos bem visíveis (Jo 1.14). Sabendo disto, não quero falar sobre os benefícios de obedecer este mandamento, que são muitos. O que eu desejo falar neste artigo é sobre a medida de empenho que empregamos em cada um desses dois aspectos da vida cristã. Quero falar sobre a medida da Graça e a medida do Conhecimento que buscamos adquirir.

O que é muito prejudicial nos dias de hoje é que as pessoas não buscam crescer nestes dois atributos de uma maneira saudável e bem medida. O que mais acontece hoje é que as pessoas ou buscam exclusivamente a graça ou buscam exclusivamente o conhecimento. Poucos são os que buscam de um modo sóbrio desenvolver a graça e o conhecimento equivalentemente, sem focalizar excessivamente um ou o outro.

A Graça e o Conhecimento devem crescer sempre juntos. O desenvolvimento de um desses em detrimento do outro pode ser desastroso. Se, por algum motivo, um bom cristão passa a ignorar a graça de Deus (mesmo sem perceber) e começa a mergulhar em um estudo apenas intelectual das escrituras, por um tempo ele será edificado, mas com o passar dos dias, ele pensará que está crescendo em conhecimento, mas, na verdade, ele está apenas vivificando seu raciocínio carnal para interpretar a Palavra e Deus. Com isso, ele acabará se tornando um escravo da erudição. Na melhor das hipóteses, ele será servo de uma ortodoxia morta.

No outro lado, quando ele se entrega às manifestações da graça de Deus e ignora o estudo teológico das escrituras, por um tempo curto ele estará atuando de acordo com o poder de Deus, mas, rapidamente, perderá o guiar do Espírito Santo manifesto através da Palavra de Deus. Achando que está crescendo na Graça, estará crescendo na sua própria emoção e em manifestações anti-bíblicas.

Temos que analisar nossas vidas e ver se estamos realmente de acordo com a Palavra de Deus. Precisamos nos examinar para saber se estamos crescendo de um modo saudável na Graça e no Conhecimento do nosso Senhor Jesus. "Examine-se, pois, o homem a si mesmo." (I Co 11:28).

Em relação ao conhecimento, o tempo que passamos orando antes de estudar as Escrituras nos mostra se a nossa confiança está em Deus ou na carne. Se oramos pouco para que Deus nos ilumine, isso mostra que confiamos no nosso próprio raciocínio e erudição para interpretar as escrituras, e com certeza nos tornaremos escravos de nossa própria mente carnal. Quando oramos profundamente a Deus suplicando que Ele nos dê o conhecimento e a interpretação correta de cada verso, isso mostra que confiamos em Deus para nos dar o conhecimento correto da sã doutrina. Isso é que representa um estudo teológico saudável. Como dizia Lutero: “Orar bem é a melhor parte dos estudos.[1]”

Outro ponto que mostra se somos escravizados pela teologia vã é quando nos tornamos como os doutores da Lei, os quais Cristo combateu vorazmente. Estudando, mas não praticando. Pregando, mas não vivendo. Atando fardos, mas sem levantá-los (Lc 11.45-52). Iguais àqueles que gritam “Senhor! Senhor!”, mas que praticam a iniquidade (Mt 7.21-23). Achando que conhece a Deus, mas vivendo uma mentira (I Jo 2.4). Esse ponto é muito importante e devemos ressaltá-lo bem.

Após nos lembrar que o reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude (Mt 23:3; I Co 4:20), John Bunyan, em O Peregrino[2], nos expõe a vida de um falso mestre chamado Loquaz:
Haiti-VE
O que Jesus diria sobre a catástrofe?

Naquela ocasião, alguns dos que estavam presentes contaram a Jesus que houve um deslizamento de terra em Angra dos Reis. Jesus respondeu:

"Vocês pensam que esses cariocas eram mais pecadores que todos os outros, por terem sofrido dessa maneira? Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão. Ou vocês pensam que aqueles 200 mil que morreram, no terremoto do Haiti, eram mais culpados do que todos os outros habitantes do Haiti? Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão".

Então contou esta parábola: "Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Foi procurar fruto nela, e não achou nenhum. Por isso disse ao que cuidava da vinha: 'Já faz três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não acho. Corte-a! Por que deixá-la inutilizar a terra?' "Respondeu o homem: 'Senhor, deixe-a por mais um ano, e eu cavarei ao redor dela e a adubarei. Se der fruto no ano que vem, muito bem! Se não, corte-a' ".

(Paráfrase de Lucas 13:1-9)



FAQ-Haiti

Deus estava no controle do terremoto do Haiti?
Sim, nada escapa de seu controle (nem a morte de pardais, nem a queda de fios de cabelos – Mateus 10:29-30), Ele promove a paz e causa a desgraça (Isaías 45:7) e em tudo isso, todas as coisas Lhe servem (Salmo 119:91)

Deus matou aquelas aproximadas 200 mil pessoas (estimativa) no Haiti?
Sim, e Ele tira a vida de aproximadamente 150 mil pessoas por dia (estimativa atual). “O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela.” (1 Samuel 2:6)

O fato de Deus estar por trás de uma catástrofe como essa reflete sua vingança contra um povo que pratica idolatria?
Pode até ser, mas não nos cabe julgar isso, porque como disse Jesus no texto supracitado, eles não são mais pecadores e merecedores da condenação divina que qualquer outro. E digo mais, que qualquer outro cristão! Somos salvos pela misericórdia de Deus. Não temos nada em nós para nos gloriar.
Aqueles que buscam condená-los são como Tiago e João querendo mandar fogo dos céus a uma cidade: Não sabem de que espírito são, porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. (Lucas 9:54-56)

Devemos nos alegrar com a catástrofe?
Não. “O que se alegra na calamidade, não ficará impune” (Provérbios 17:5) Devemos chorar com os que choram (Romanos 12:15)

Qual deve ser nosso sentimento e atitude?
1) Conforme o texto de Lucas 13:1-9, reconhecer nossos próprios pecados e arrepender-nos, sabendo que só estamos vivos pela graça.

2) "Compadecer-nos e ajudar na prática, pois se o Senhor tem nos poupado, como a figueira da parábola, é pra que venhamos a dar frutos (v. 6-9)." (extraído do artigo do Solano Portela)
  • “Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade” (1 João 3.17-18).
  • O ESPÍRITO do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; (Isaías 61:1)
3) Saber que esta é uma grande oportunidade de glorificarmos ao Pai.
  • Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. (João 15:8)
[Reformanda] Uma Introdução: Perigo de Explosão


[Reforma Protestante] Uma Introdução: Perigo de Explosão
UMA INTRODUÇÃO EXPLOSIVA


UM BREVE RESUMO

Idade Média, séc. XVI. A Basílica de São Pedro, em Roma, está sendo construída e para custear as despesas o papa Leão X tem uma brilhante idéia: vender indulgências. Assim, comprando um documento de indulgência assinado pelo Papa, a pessoa garantia seu lugar no céu, e poderia também garantir, desde que comprasse mais indulgências, o lugar de seus familiares vivos ou mortos. Conclama-se o maior marqueteiro da época, o dominicano Tetzel, na Alemanha, e essa bestialidade começa a ser vendida. Tetzel chegava a cantar: “quando a moeda na caixa tilintar a alma do purgatório vai saltar”. O povo pobre e crédulo da Alemanha, enganados pelos truques de prestidigitação (mágica) de Tetzel, e seus dotes propagandísticos, acorre para comprar aos montes. As caixas de Roma se enchem, o Papa Leão X exulta e luxa, e a população se afunda cada vez mais nas trevas da ignorância.
Wittemberg, Alemanha. Um sacerdote lê a Bíblia e a explica para o povo de sua paróquia. Ele fala a língua do povo, e diz que a salvação é apenas através da fé na obra redentora de Cristo, que não pode ser comprada ou vendida, mas se aceita a mesma em arrependimento, convicção de pecados e obediência a Deus. Ele escreve um tratado em 95 teses e o prega na porta da capela do castelo da cidade, local público para que fosse visto pelo maior número de pessoas possível. Era o dia 31 de outubro de 1517, e o homem era Matinho Lutero.
A partir desse episódio estava começando a maior revolução religiosa da história, surgia o Protestantismo. Agora passa a ser ensinado que só a graça é a fonte da salvação; só a fé, é a “mão” que a recebe; só as Escrituras são as palavras de Deus; só Cristo é o Salvador e o caminho para o céu; e só a Deus deve-se dar toda a glória. Eram estes os pilares da Reforma que começavam a ressoar por todo canto.