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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Dietrich Bonhoeffer


Dietrich Bonhoeffer
(1906-1945)

Dietrich Bonhoeffer é uma das figuras de maior relevância na teologia atual. Seu pensamento vem se tornando fator de grande inspiração para teólogos de todo o mundo. Essa influência encontra respaldo em sua vida e legado, que têm sido capazes de marcar o pensamento teológico, a piedade e a prática cristãs do mundo pós Segunda Guerra Mundial.

Pastor e teólogo luterano, Bonhoeffer nasceu em 1906, na cidade de Breslau, Alemanha (Hoje Polônia). Gêmeo de sua irmão Sabine, cresceu em uma família bastante unida de oito irmãos. Seu pai, Karl Lydwig Bonhoeffer, era um médico e psiquiatra renomado na Universidade de Berlim, além de um descrente bastante cético em relação ao cristianismo. Sua família, aristocrática, vivia à margem do cristianismo. Mesmo assim, por causa da influência da mãe de Dietrich, a Bíblia e suas histórias foram preservadas dentro de sua casa.

Ao 14 anos o jovem Bonhoeffer surpreendeu a família ao anunciar sua decisão de se tornar ministro de evangelho e estudar teologia. Foi criticado por seus irmãos e irmãs que argumentaram ser a igreja uma instituição pobre, fraca, monótona e pequeno–burguesa. Dietrich respondeu que “nesse caso, precisarei reforma-la”.

Em 1923, ao 17 anos de idade, ele entrou na Universidade de Tübingen. Influenciado pelo liberalismo de seus dias, um ano depois, transferiu-se para a universidade de Berlim, onde completou seus estudos teológicos.

Bonhoeffer recebeu seu doutorado em teologia, aos 21 anos, da Universidade de Berlim, Sua tese versava sobre a comunhão dos santos. Ele definiu a Igreja como “Cristo existindo em forma de comunidade”. Para ele “Deus, embora distante, estava perto”, e por meio de “encontros concretos com os irmãos” os cristãos poderiam viver uma vida de fé verdadeira.

Entre 1928 e 1933, Bonhoeffer mudou de endereço várias vezes. Pastoreou em Barcelona, na Espanha (1928-1929) e depois por um breve período em Berlim. Em 1930 passou um ano no Seminário Teológico Union, em Nova York, realizando estudos pós-graduados. Ali, fez contado com Reinhold e H. Richard Niebuhr.

Em 1931 ele retornou a Berlim. Ali, com a publicação de “Ato e Ser”, passou a dar aulas na Universidade de Berlim, além de tornar-se capelão luterano. Quando Hitler chegou ao poder em 1933, ele ensinava naquela instituição.

Em 1° de Fevereiro de 1938, Bonhoeffer fez um pronunciamento pelo rádio sobre “a mudança de visão nas gerações mais novas do conceito de Füher (Senhor)”. Em abril do mesmo ano, ele, Barth e outros firam chocados com a adesão de vários pastores ao “princípio do Füher” e com o apoio à idéia da supremacia da raça ariana. Ainda em 1933, depois da prisão de vários pastores luteranos dissidentes, Bonhoeffer saiu da Alemanha e foi servir como pastor em uma congregação de língua alemã na Inglaterra. Ali permaneceu por dois anos.

Bonhoeffer afiliou-se à Igreja da Confissão, que consistia de um terço dos clérigos protestantes sob a liderança de Martin Niemoeller. Mesmo estando em Londres, ele continuou ativo nos movimentos de protesto em sua terra. Em maio de 1934, enviou uma carta pastoral pedindo que as igrejas confessionais emitessem um “ultimato” aos líderes cristãos da Alemanha. Isso culminou na Declaração de Barmen, da qual Karl Barth foi o principal articulador.

Em 1935, Dietrich voltou para a Alemanha e ajudou a Igreja Confessional no estabelecimento de um seminário ilegal, em Finkenwalde, do qual tornou-se diretor. Ali, Bonhoeffer tinha 25 jovens sob sua liderança. O seminário foi fechado pelo regime nazista em 1937 e seu diretor proibido de publicar obras e falar em público. Durante esses dois anos, vividos em comunidade com seus alunos, surgiram duas de suas maiores obras: Discipulado e Vida em Comunhão.

Em 1939, a obra Vida em Comunhão foi publicada. Após a publicação, visitou os Estados Unidos e, apesar da insistência dos amigos para que ficasse, ante a iminente guerra, voltou à Alemanha, decidindo servir aos seus compatriotas como ministro cristão.

A partir de 1940, Bonhoeffer esteve profundamente envolvido com o movimento de Resistência dentro da Alemanha. Barth e Tilich tiveram que exilar-se, Bultmann agiu com suficiente reserva para continuar pastoreando durante o regime nazista. Já Dietrich Bonhoeffer associou-se ao grupo que planejava matar Hitler. No inverno de 1942-1943, quando a Alemanha começava a perder a guerra, armaram-se dois planos para assassinar Hitler. A participação de Bonhoeffer nesses planos foi descoberta e ele foi preso em 1943.

Os dois anos que Bonhoeffer passou como preso dos nazistas (1943-1945), embora fossem inicialmente um tempo de intensa provação espiritual, levaram-no a desenvolver uma rotina de contemplação e criatividade disciplinadas, que resultou em escritos que localizavam os desafios contemporâneos e futuros existentes diante da igreja cristã.

Na verdade, Bonhoeffer jamais saiu da prisão. Ele foi morto algumas semanas antes de os aliados tomarem o campo de concentração onde ele estava preso. Em 9 de Abril de 1945, uma segunda-feira, após liderar o culto do dia anterior, Dietrich Bonhoeffer foi enforcado. Suas últimas palavras foram: “Este é o fim, mas para mim é apenas o início da vida”.

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