O que há de diferente no cristão?
“Todo
aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que
permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando,
porque é nascido de Deus” (I Jo 3:9)
Observamos
de modo explícito, tanto nas Escrituras como no presente século, o
quanto o incrédulo odeia a Deus e ao Evangelho. Ele é indiferente à
Palavra de Deus, não se importa com o Seu Criador, e só quer viver para
agradar a si mesmo, amando mais as trevas do que a luz (Jo 3:19). O
mundo zomba do cristão e o persegue, odeia ao Pai e ao Filho (Jo
15:18-26), e se deleita no pecado (2Ts 2:12). E não somente isso, mas
“inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1:22), inventando
diversas teorias e filosofias para desonrar o único Deus. De tal modo é
corrompido o mundo, que se tornou inimigo do Deus de toda graça.
Porém,
enquanto vemos os incrédulos nessa miserável situação, podemos perceber
que há pessoas diferentes deles, que amam a Deus e odeiam o pecado, e
procuram viver uma vida de santificação. Enquanto muitos têm “coceira
nos ouvidos”, não querendo ouvir a voz de Deus, há outros que dizem
“fala, Senhor, porque o teu servo ouve” (I Sm 3:10). Há algo diferente
nesses corações, que os leva a remar contra a maré. Enquanto o mundo tem
prazer no pecado, eles se entristecem profundamente quando pecam.
Enquanto o mundo considera Jesus como um bom homem, um simples mestre,
ou até mesmo um mentiroso, há aqueles que o amam supremamente e se
esforçam para andar segundo os seus mandamentos. Esses são os cristãos.
Diante
disso, nos perguntamos: o que há de diferente nessas pessoas? O que
ocorreu com o cristão, para que ele de tal modo abandone as suas
maldades e busque a santificação? Por que dissemos no primeiro tópico
deste estudo que só o cristão busca a santificação?
Em
primeiro lugar, devemos entender que não é devido a algum mérito
próprio, ou disposição natural do coração, pois as Escrituras declaram
que “não há justo, nem um sequer.” (Rm 3:10). A condição original do
homem é de pecado, rebeldia e maldade (Sl 51:5), e tão terrível é a sua
condição que Jesus declarou que ninguém pode crer Nele, se o Pai não o
conceder (Jo 6:44,65). Só o fato de alguém se tornar um cristão é um
grande milagre.
A
principal resposta que as Escrituras trazem é que o cristão busca a
santificação porque uma grande maravilha ocorreu no seu coração. Uma
obra que só Deus poderia realizar, e que Ele mesmo descreve pela boca do
profeta Ezequiel: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós
espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de
carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ez 36:26-27). Em
outras palavras, o que há de diferente no cristão é que ele nasceu de
novo (Jo 3:3-8). Deus, se compadecendo de pobres e miseráveis pecadores,
concedeu-lhes um novo coração, implantou neles um princípio de vida,
uma disposição gloriosa por conhecer a Deus e guardar os Seus
mandamentos. O cristão, como todos os outros homens, esteve morto em
delitos e pecados, porém Deus deu vida a este defunto espiritual, o
levando a crer no Evangelho e a buscar um estilo de vida separado do
pecado.
Assim,
o cristão é um pecador convertido. Antes ele amava o pecado e não dava
ouvidos à voz de Deus. Estava voltado para o mundo, e dava as costas a
Deus. Porém, chegou o dia em que o Espírito Santo operou poderosamente
em seu coração e, percebendo a sua terrível culpa e sua grande
necessidade, volveu os seus olhos para Cristo, se arrependeu e creu.
Agora, ele deu as costas ao mundo e se voltou para Deus, estando
decidido em viver uma vida agradável a Deus. Cumpriu-se o que Paulo diz:
“se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas”. (2Co 5:17). O milagre do novo
nascimento!
O
cristão, por ter nascido de novo, não pode viver na prática do pecado,
como vimos no nosso primeiro versículo. Observe que o apóstolo João não
diz “não deve”, como se referindo a um dever moral do cristão. É claro
que o filho de Deus tem o dever moral de não andar no pecado. Mas João
vai mais além: “não pode”! É impossibilidade, incapacidade mesmo. Aquele
que nasceu de Deus não consegue viver na prática do pecado, de tal modo
foi transformado o seu coração que ele não quer nem saber de viver uma
vida de desobediência. Ele pode até cair em graves pecados, e se esfriar
terrivelmente por um tempo, mas a “divina semente” está nele, e assim
como a árvore boa não produz maus frutos, o cristão não vive em pecado.
Há
um outro texto bíblico que também explica o motivo do cristão andar em
santificação. Esse motivo é uma conseqüência do novo nascimento, porém é
vital que o compreendamos, por causa da sua grande importância. Jesus o
ensina em João 14:21,23: “Aquele tem os meus mandamentos e os guarda,
esse é o que me ama; e o que me ama será amado por meu Pai, e eu também o
amarei e me manifestarei a ele. (...) Se alguém me ama, guardará a
minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele
morada”. O cristão guarda os mandamentos de Cristo porque o ama! Jesus
foi e é muito bondoso para com o cristão, que o sabe muito bem. Ele é
cheio de graça e verdade. O cristão entende um pouco do glorioso amor de
Cristo, compreende que Ele deu a Sua vida para purificá-lo de todo
pecado, que Ele o amou com amor eterno! Assim, “nós o amamos porque Ele
nos amou primeiro” (1Jo 4:19)! O maior temor do cristão é ofender ao Seu
Salvador, e não há maior desejo em sua alma do que glorificá-Lo e
agradá-Lo. O cristão anela pelo “me manifestarei a ele”, o seu coração
bate forte pelo seu Amado, não há nada no mundo que se compare a estar
em comunhão com o seu Senhor. Ele se deleita em Deus! O nome de Jesus
está escrito no coração de cada cristão!
Por
fim, desejo fazer uma advertência a todos os meus leitores. Assim como
guardar os mandamentos de Jesus é a grande evidência de que o amamos,
viver na prática do pecado é a grande evidência de que não o amamos.
Considere o que o apóstolo João diz: “Todo aquele que permanece nele não
vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.”
(1Jo 3:6). Não se engane, amigo! Se alguém vive na prática do pecado, é
sinal de que nunca conheceu a Cristo, nunca foi salvo, nunca nasceu de
Deus. Se algum de vocês acha que pode servir a Cristo e, ao mesmo tempo,
servir aos desejos da carne, saiba que isso é impossível. Ou se está
com Cristo, ou se está fora Dele. Você pode professar todas as verdades
cristãs, pode estar semanalmente no templo, pode até profetizar e fazer
milagres em nome de Jesus, porém se você vive no pecado, é sinal de que
você não conhece a Jesus. E se não se arrepender, ouvirá a terrível
condenação do Rei: “nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniqüidade” (Mt 7:23).
Aquele
que nasceu de novo, que de fato é um cristão, busca a santificação.
Como está a sua vida? “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na
fé; provai-vos a vós mesmos.” (2Co 13:5).
Será o estudo dado na próxima Quarta feira (01/08/2012)no "Manacial de Benção" (Igreja Presbiteriana do Brasil - Água Viva), alegria em multiplicar aprendizagem do amor de Cristo. NEle. Lourenço - Balsas-MA.
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