RADIO IPB DE LIMOEIRO DO NORTE/CE

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

É JUSTO NASCERMOS PECADORES


R.C.SPROUL

Por que é justo que toda a humanidade nasça em pecado por causa da queda de Adão?
Creio que o Novo Testamento ensina que o mundo inteiro nasce dentro das conseqüências de uma natureza decaída por causa do pecado de Adão e Eva. O Novo Testamento repete essa idéia freqüentemente — "que pela desobediência de um homem a morte veio ao mundo." Isso tem sido razão de muito protesto teológico. Que tipo de Deus puniria todas as pessoas com as conseqüências de um pecado individual? De fato, isso parece ser contrá­rio ao que ensina o profeta Ezequiel. Ele advertiu o povo de Israel quando disseram que os pais haviam comido uvas verdes e os dentes dos filhos nasceram embotados. O profeta diz que Deus trata cada pessoa de acordo com seu próprio pecado. Ele não pune a mim por aquilo que meu pai fez, nem pune meu filho por aquilo que eu fiz, embora as conseqüências pos­sam atingir até três ou quatro gerações. A mensagem de Ezequiel parece ser que a culpa não é transferida de uma pessoa para outra.
Isso torna a questão muito mais complicada. Em protesto, gostaríamos de dizer: "Nenhuma condenação sem representação." Não gostamos de ser responsabilizados por algo que outra pessoa fez, embora haja ocasiões em nosso sistema de justiça em que reconhecemos um certo grau de culpabilidade por aquilo que outra pessoa faz por razão de uma conspiração criminal.
Por exemplo, posso contratá-lo para matar alguém. Mesmo que eu esteja longe da cena do crime e não puxe o gatilho, ainda posso ser julgado por assassinato em primeiro grau. Sou culpado da intenção e malícia de preme­ditar aquilo que você executou na realidade.
Você pode argumentar que essa é uma analogia muito pobre sobre a queda porque ninguém contratou Adão para pecar contra Deus em meu nome. Obviamente não fizemos isso. Ele foi designado como representante de toda a raça humana. Novamente, tendemos a achar que isso é difícil de engolir porque não gosto de ser responsabilizado por aquilo que o meu representante faz se não tive a oportunidade de escolher o meu representante. Certamente, não escolhi Adão para me representar. Essa é uma das razões pelas quais gostamos de ter o direito de eleger nossos representantes no governo: As atitudes que eles tomam na esfera política têm enormes conse­qüências em nossas vidas. Nem todos podemos estar na capital do país pro­mulgando a legislação. Desejamos eleger nossos representantes na esperança de que eles representarão corretamente nossos desejos e nossas vontades.
Não houve nenhuma ocasião na história da humanidade em que você estivesse mais perfeitamente representado do que no Jardim do Éden, porque o seu representante foi escolhido infalivelmente por um Deus onisciente, perfeitamente santo, perfeitamente justo. Portanto, não posso dizer que eu teria agido de maneira diferente de Adão.
Um último ponto: se por princípio objetamos que Deus permite que uma pessoa aja pela outra, isso seria o fim da fé cristã. Toda nossa redenção repousa no mesmo princípio, que através das obras de Cristo nós somos redimidos.


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